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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Morando em Vitoria.

Quando mudamos para Vitória tinha medo que nossa vida mudasse muito. Éramos rigorosos com os filhos e não queria interferência no nosso modo de ser.

Logo que chegamos aqui fui a um casamento, na segunda festa que fui, todos se admiraram por eu ir com a mesma roupa...que diferença de SP! Você pode usar a mesma roupa a semana toda que ninguém quer saber.

Fiz uma sociedade com uma sra. de um funcionáriu do Banco, compramos uma boutique na rua sete, D'Arc, foi uma época boa! Eu ficava na parte da manhã e minha sócia a tarde. Ás vezes, minhas filhas iam me ajudar, mas era muito bom. Conheci muita gente e aprendi também.

Continuei aprendendo pintura e estava cada vez mais animada. Depois de três anos achei que poderia começar a ensinar o que aprendera. D. Neném foi uma das minhas primeiras alunas e virou uma amigona. Ela era cartomante, um dia fui lá e ela me disse que eu ia ficar viúva, ia ler carta para me divertir , como se fosse a um cinema. Cheguei em casa e falei, "D. Nenem disse que vou ficar viúva e uma viúva nova", ele disse "só se fosse na outra reencarnação", ainda bem que ela se enganou.

Comecei dando aula para minhas três filhas, Raul pagava como se fosse qualquer aluna. Todos meus alunos me chamavam de Heny, era proibido me chamar de sra, ia no quadro de todos, mas minhas crianças não achavam graça de um aluno meu de dez anos me chamar pelo nome.

Mônica e Francesca resolveram acampar no jardim, armaram a barraca arrumaram tudo, com colchonete e cobertas. Mas, lá pelas tantas, ficaram com medo e foram para a cama delas.

Nosso cachorro se chamava Dilim, já estavamos deitados e ele não parava de latir, Raul deu um grito para ele parar, ele parou... mas estava nos avisando que estavam roubando o som do carro.

Fomos ao restaurante Ferrinho em Camburi, era uma mesa com muitas
pessoas... Raul viu uns amigos em uma mesa longe, foi para lá e nem lembrava que eu estava no restaurante. Peguei a chave do carro e vim embora para casa largando ele com os colegas... arranjou uma carona e foi logo depois para casa. Mas eu já havia trancado tudo e apagado todas as lâmpadas, chamou muito até eu abrir a porta, devia ter deixado ele na rua para aprender que quando se sai com uma pessoa tem que dar atenção a ela.

Nossa casa estava sempre movimentada! As sobrinhas vinham tomar banho de mar e eu gostava daquele movimento.

Fomos passar uns dias no Chile e na Argentina. Antes de sair deixei Luciana como autoridade e com isto fiquei tranquila.Encomendei uma pensão pois estávamos sem empregada e fui para o meu passeio. Era tempo de férias, Luciana acordava as crianças cedo, tinham que arrumar a casa. tomavam café e só depois de tudo limpo iam à praia. Voltavam e enquanto tomavam banho, ela ia pegar a marmita com o almoço. No Chile, fizemos ótimos passeios, apesar do país estar em estado de sítio. Alugamos um táxi para nos levar em Vina Del Mar, era de um italiano, ele contou que aquele carro ficou enterrado dentro de uma caixa de madeira durante dez anos, cavou um buraco, forrou com madeira e deixou o carro escondido. O governo estava confiscando todos os carros. No caminho para Vina Del Mar paramos para comprar frutas, eram mesmo deliciosas. Pedimos melancia, o dono da barraca cortou uma ao meio e deu uma colher para cada um, é claro que não aguentamos nem a metade! Compramos pêssego e levamos para o hotel, mas só comemos uam cada, pois eles eram do tamanho de uma laranja grande, demos para a camareira, o cheiro era tão forte que estávamos ficando enjoados.

Fizemos um lindo passeio de Argonauta, assim era chamado o barco, fomos em muitas praias, mas o vento era demais e sentimos muito frio. Depois fomos para a Argentina, ficamos no apartamento de um amigo de Toninho. Eles nos pegavam com o carro e íamos a ótimos restaurantes, casas de show e tomávamos o cafe da manhã em um bom Hotel. Durante o dia a esposa dele ia fazer compras e andávamos bastante. O tempo que ficamos lá só tomávamos vinho. Chegamos em SP às dez da manhã só pensando em beber, ainda bem que foi só aquele dia.

2 comentários:

  1. Mãeeeee...vc deixou meu pai na rua????FEZ MUITO BEMMMM!!! Não sabia mas que papelão o dele viu...apoiadíssima,até eu to descobrindo coisas que não sabia!Que legal!!

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  2. Hum... espero que não tenha sido só este castigo... como pode??????????????

    Mãe lembra do terrreno ao lado da casa? Lembra que eu adorava explorar o terreno com facão de papai e levava Fran comigo? Agente colocava uma escada naquele beco ao lado da casa que vc estendia a roupa, pulávamos e íamos abrindo caminho como o livro de Robson Crusoé... morria de medo de cobra, mas me sentia poderosa!!!!! A gente de vez em quando raspava no pinão e se coçava sem parar.

    Nessa casa tb tinha a árvore que eu fazia de casa, que delicia,uma emoç~co ficar la em cima hooooooras! E teve um balanço que fui empurrar papi , e não aguentei , ele veio com tudo e abri a testa.
    Tm teve a perseguição: Papai adorando me ver apavorada veio com a espingardinha de chumbinho atras de mim( ahco que tava descarregada ) e eu fui pro muro do lado ( uns dois metros de altura no mínimo) e fui andando ate o teto da cozinha nova, subi ( era uma lage) e ele foi (morrendo de rirr!!! SADICO) me ameaçando até que cai do outro lado no jardim -graças a DEUS em cima de uns pneus perdidos por la ( não tinha dengue na época). Fiquei com muuuuuuuuita raiva dele, credo, que malvado. Me senti aquelas heroínas injustiçadas dos livros que eu lia sem parar...! Ai que dramaaaaaaaaaa!
    E riu é muito da minha cara!

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