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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Férias na Bahia

Como todo ano faziamo,s fomos de férias para Vitória. Névio, irmão de Raul, tinha comprado uma brasília e ele e Anna iam passar uns dias na Bahia, na casa de um colega que cedera a casa para eles. Como a casa era grande, nos chamaram para ir junto. Apesar de Francesca ser pequena, aceitamos.

As crianças ficaram na casa de mamãe e seguimos de trem até Governador Valadares, despachamos o carro e de Governador seguiríamos até Salvador. Foi um passeio muito bom! Eu e Raul saíamos cedo para conhecer o centro e as Igrejas, Anna e Nevio preferiam as praias. Na volta saímos muito cedo, logo depois o vidro da frente quebrou, estávamos de bermuda e passamos muito frio pois, apesar de ser verão, era muito cedo e o carro correndo e cheio de cacos de vidro, ficou dificil. Paramos em Vitória da Conquista, consertamos o carro e depois foi tudo bem.

As crianças estavam bem, só Mônica que toda tarde, como me contaram, subia no murinho da casa de mamãe achando que íamos chegar. Quando meus filhos nasciam, não deixava eles no meu quarto, quando tinha que amamentar, Raul pegava e depois levava para o berço. Luciana e Raulzinho eram escalados para dar a última mamadeira, cada dia um. Assim, eu ficava despreocupada. Com os outros filhos, quando tinham algum problema, eu recorria ao livro "A vida do bebê" que me ajudou demais. Levava no médico, quando ele perguntava que providencia tinha tomado, eu falava e eles brincando diziam "já está no quinto ano de medicina".

Mas com Francesca fiquei insegura, qualquer coisa que ela tinha, corria para o médico. Raul precisou fazer um curso pelo Banco e foi passar dois meses em Brasilia. Ela começou com um problema de intestino que por mais que eu levasse ao médico, nada estava dando certo. Um dia conversando com meu médico de garganta, comentei que não sabia mais o que fazer. Ele disse: "dê a ela somente suco de macã coado em um guardanapo", mandou eu cozinhar banana nanica e dar a ela, mas também mandou dar cinco colherinhas de café de magnésia. Falei que eu ia matar a menina dando magnésia tantas vezes para quem estava com problema de intestino, ele assegurou que ela ia melhorar.Fiz tudo direitinho, em três dias ela estava melhor e ficou bem.

Quando saíamos, deixávamos um filho, sempre o mais velho, ser autoridade. Era uma forma que pensávamos que funcionava, mas as autoridades ás vezes abusavam do poder e, muito tempo depois, soube dos castigos dos irmãos com os menores, mas estão todos vivos.

Nininha foi passar uns dias em casa, saímos todos e deixamos Francesca com ela. Fran perguntou se ela gostava de ser autoridade, Nininha disse que não gostava de jeito nenhum, então ela falou "hoje eu sou autoridade", achamos graça, ela nunca tinha vez.

Encomendamos móveis novos, as crianças cresceram e precisavam de escrivaninhas e móveis novos. Quando tudo ficou pronto, a casa ficou em ordem. Como as meninas dormiam no mesmo quarto, tomavam conta da Francesca à noite, durante o dia ficava na cama que tinha uma grade alta, brincando e comendo biscoito para distrair. Antes de dormir trocava os lençóis e sacudia o colchão com medo de formiga.

Mônica foi para um parquinho da prefeitura e Fran ia junto, era um sossego em casa. No parquinho teve um curso de flores de tecido, fui fazer e gostei muito, logo comecei a achar retalhos próprios para flor, engomei e com as apostilas comecei a dar aula de flores ás quartas feiras, cada aluna saia com sua flor pronta. Pagavam por aula e neste mesmo dia eu e Raul saíamos para gastar aquilo que eu havia ganho á tarde. Quando o curso acabou, peguei o que tinha ganho na última aula e comprei um jogo de mesinhas para a sala.

Quando fran estava com uns seis meses tirei minha carteira de motorista. No dia da prova sai cedo de casa, preocupada. Raulzinho estava com febre, pedi para ser a primeira, o fiscal tinha se aborrecido com alguém e deu uns gritos, quando entrou no carro perguntou se eu estava nervosa, falei: "Com os gritos que o sr. deu qualquer pessoa ficaria nervosa". Ainda bem que passei, fiz baliza, garagem e percurso direitinho. Minha vida melhorou. Antes para levar as crianças ao médico era uma novela, não sabia na mão de quem eu segurava para atravessar uma rua. Um dia fui com quatro ao dentista, tinha costume de pendurar minha bolsa no banco do motorista, Raul viajando. Quando voltei para casa fiquei apavorada, não achava a bolsa de jeito nenhum... voltei ao dentista, não estava lá. Mais tarde ligaram do Banco dizendo que tinham entregue uma bolsa e eles viram que era da mulher de Raul. Nunca gostei de Banco, nem havia entrado lá para nada, me encaminharam ao gerente, quase morri de vergonha! Sobre a escrivaninha dele tudo arrumadinho, um montinho de dinheiro, outro de documentos, óculos e umas mil coisas que carrego, ainda mais com quatro crianças atrás de mim. Agradeci, fui jogando as coisas dentro da bolsa de qualquer jeito e sai rapidinho.

Raul ia fazer quarenta anos e resolvi fazer uma festa surpresa. Fiz bastante salgado, bolo, tudo do bom e melhor. Pedi aos colegas que não deixassem ele perceber o que ia acontecer, tudo escondido! Ele chegou e perguntei como foi o dia, ele disse que estranhou que ninguém cumprimentou pele aniversário...logo depois tocaram, quando ele foi atender era o gerente e o subgerente e assim foi até chegar todo mundo. Ele estava assustado e dizia, só temos queijo e salaminho para servir. Mal sabia ele, comecei a servir tudo que que tinha feito e todos gostaram muito. Quando todos foram embora, perguntei se ele tinha gostado da surpresa, falou que não, que passou um nervoso tão grande sem saber o que servir que não gostou do que eu tinha feito. Fiquei chateada, mas minha intenção era agradar.

Tínhamos um terreno em um bairro muito bom, o Jardim do Mar. Construímos uma casa ao nosso gosto, Raul era subgerente em Diadema e eu procurava resolver o que podia com o engenheiro e arquiteto, eles tinham muitas idéias boas e íam apresentando e eu ajeitando, contando que não encarecesse a obra. Som em todos os ambiente, videro de seis milimetros de espessura, tábuas de madeira corridas, paredes de pedra etc. Quando tudo ficou pronto, estávamos com uma casa maravilhosa com uma edícula para cinco carros. No fundo do quintal,onde faziamos as reuniões com amigos era tudo de bom, até nosso banheiro, que era com azulejos cinza e flores rosa, era carpetado de azul cobalto, tudo lindo e caprichado.

Tinhamos uma ajudante que foi a melhor que tive, seu nome era Nena, chegava as sete e saia as cinco. Gostava muito de todas as crianças e agradava a todo mundo. Luciana saiu do João Ramalho e passou a estudar no Colegio São José, o mesmo da Mônica e da Francesca, ela estudava pela manhã e as duas e o Zorza à tarde. Ela começou a treinar vôlei e ficou muito boa no que fazia. Ía aos jogos abertos nas cidades vizinhas. Ela usava aparelho móvel para acertar os dentes, antes de entrar no clube escondia o aparelho no jardim, antes de chegarmos para buscar, ela lavava e colocava na boca... mas, um dia, o pai dela ficou esperando ela sair e ele fiscalizava se estava com o aparelho, não deu tempo de lavar, disfarçadamente colocou na boca, só que tinha uma lesma presa ali. ela quase morreu de enjoo!!!! Até hoje não gosta de falar disso.

2 comentários:

  1. MÃEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE...mas que droga de memória foi essa????????????Tinha de falar nisso???Caracas viu....começa a contar dos outros senão eu vou contar..mas poxa viu!!Tanta coisa pra lembrar e foi lembrar disso???

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  2. kkkkkkkkkkkkkk A da lesma foi ótima, mas foi no clube ou no jardim de casa?
    Mãe, ta explicado, minha sensação de abandono eterna vem da sua viagem à bahia!!!! Entendi tudoooooo! Foi nessa visita de Nininha que nós dormimos ou foi nessa que Zorza me fez pular do armario e quebrei a cabeça?
    E Uma correção: nÃO FORAM POUCOS ABUSOS, FORAM MUITOS ABUSOS, TAPAS, MEDO DO ESCURO... esses irmãos pestinhas deviam ter estudado Hitler na época... muito maus!!!! Mas agora são uns docinhos!!!!Né Lu??????????????????????????

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