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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Continuando ......

Zorza começou a estudar perto de casa, era mais fácil para levar. Deixei ele no Colégio e vim pensando: "vou ter um pouco de sossego". Não demorou muito ele chegou correndo, peguei na mão dele e fui levar novamente para a escola. Eu não sabia, ele disse que achava que eu estava com muita saudade e por isso voltou para casa.

Fez primeira comunhão ali onde estudava, a escola era da igreja. Quando chamaram Hermenegildo zorzanelli ele não respondeu, como não gostava do nome dele, nem se deu conta que estavam chamando.

Quando ele nasceu queria colocar o nome de Fabio ou Marcelo, mas Raul disse que devíamos fazer uma homenagem a papai, concordei, mas até hoje ele não acostumou de ser Hermenegildo, até tatuou Zorza bem grande no braço.

Nossa casa de Santa Teresinha tinha um quintal muito gostoso, tinha pé de limão, laranja e uma parreira que parecia morta, mas no final do ano ficava carregada de cachos grandes de uva. Como íamos para as férias em Vitória, tiramos todas as frutas e arrumamos em uma caixa. Como sempre marcávamos para sair em um horário e saíamos bem antes .

Saimos de São Bernardo uma hora da manhã, queríamos ir como sempre direto para Vitória, para distrair começamos a chupar uva, não sabíamos que dava muito sono... Quando chegamos antes de Aparecida, eu e Raul não conseguíamos ficar acordados, tivemos que parar em um posto de combustível onde dormimos dentro do carro até as quatro, quando continuamos a viagem sem chupar mais uva!

Entre a porta da cozinha e o quarto das meninas tinha uma rampa coberta com cacos de cerâmica, nos dias mais quentes as crianças jogavam sabão em pó e escorregavam, muitas vezes se ralavam, mas não queriam nem saber! A diversão era muito boa.

Perto do quarto do quintal tinha um galinheiro grande, ficava mais alto que o chão um metro. As crianças queriam brincar lá mas tiveram que limpar, raspar e só faltaram pintar o galinheiro, era a casa deles. Quando Monica achava um louva Deus ficava falando , fala Amem , e o inseto juntava as patinhas, como se estivesse rezando, o bichinho cansava mas ela não.

Um amigo do banco tinha um apartamento em Santos, como eles não iam aquela semana, nos ofereceram, ficamos radiantes. Sexta á noite já estávamos descendo a serra. Passamos um fim de semana muito bom, no domingo à noite Raul disse que se eu quisesse ficar mais uns dias ele iria para casa e voltaria para nos buscar. Só que ele tinha levado um revólver para Santos e esqueceu de me avisar. Telefonou para eu ter cuidado e se soubesse desarmasse pois estava carregado. Eu e Raulzinho fomos tentar desarmar e o revolver disparou, a bala passou perto da cabeça dele e e ficou no portal do AP. Fiquei apavorada com o que poderia ter acontecido, mas Deus é muito bom.

Numa semana Santa resolvemos acampar, tínhamos uma barraca e fomos para Peruíbe, uma praia linda e deserta. Quando chegamos, a chuva também chegou. Não sabíamos como dar conta de tanta água, tudo era difícil, cozinhar então, era mais difícil ainda! Resolvemos voltar, tinha um tronco de árvore lindo na mata perto de onde estávamos, pedi para levar para colocar no jardim de casa, nunca pensei que fosse tão pesado. Eles: Raul, Raulzinho, Luciana e as meninas quase não agüentaram, mas levei o tronco e ficou lá ate mudarmos para outra casa.

Nossa vizinha da frente, D. Anesia, comprou uma casa em Praia grande, nos convidou pois os filhos dela e os meus se davam muito bem. Falou que a entrada era um prato de qualquer modelo, pois na casa não tinha muita louça. Comprei os pratos e os mantimentos e fomos como sempre animadíssimos. Logo que entramos na cozinha, Raulzinho foi abrir a geladeira e ficou agarrado levando choque, Raul deu um empurrão e conseguiu tirar ele. No dia seguinte cedo, como Raul acorda muito antes de todo mundo, saiu para comprar pão e, claro, comprou bastante, eram uma doze pessoas que estavam na casa. Quando Anesia chegou na cozinha ficou admirada e falou, suas crianças comem tanto pão assim? Eu falei que tínhamos comprado pão para todos, ela disse que lá cada um compraria seu pão. Na hora do almoço comecei a ajudar e ela foi dizendo separa sua carne para fazer o tanto que vocês comem, falei que ia fazer bife para todo mundo, mas ela não deixou. Chamei Raul de lado e avisei que não dava para ficar daquele jeito. Começamos a comentar que uma das crianças estava febril e que íamos voltar. Enquanto fui no quarto arrumar as roupas, ela pegou todos os mantimentos que havíamos levado e colocou sobre a mesa da cozinha, perguntei para que aquilo, ela disse que nos iríamos levar tudo o que trouxemos, falei se ela não ficasse com tudo La íamos nos aborrecer muito. Apesar dos protestos dela, deixei tudo lá.

Outra vez uma senhora que era amiga de D. Rosa nos convidou para irmos para Santos e nós, como sempre, aceitamos. Pela manhã todos na praia, na maior diversão. Hora do almoço, todos comeram e eu fui ajudar na cozinha, comecei limpando os pratos de comida no lixo, quando fui impedida pela mãe da dona da casa que disse que os restos seriam a sopa da noite. Ficamos sem graça, saímos para lanchar à tarde com as crianças e sempre arranjando uma desculpa, tiramos nosso time de campo.

Raulzinho às vezes tinha algum problema de bronquite soubemos que colocando jabutis no quarto a noite melhorava. O Zorza dormia no mesmo quarto.

Um comentário:

  1. Mãe esse tronco quase fez a kombi arriar...rsrsrsr como lembro disso!Qdo colocou no jardim na entrada da casa lembra de raulzinho sentadinho nele brincando com uma cobra que veio no tronco???Lembra do susto geral???bjs te amo.

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