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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O que foi feito?

Quando casamos, as irmãs deram os pesames a Raul, ainda bem que ele confiou em mim e viu que eu era boazinha, ela estavam enganadas.

Às vezes, Odete ia saindo de casa e eu descobria que estava usando uma de minhas anaguas(quem não sabe o que é isso, são saias que usávamos sob a roupa para ficar mais armada)engomadas e com muitos bordados, as dela não sabia aonde estavam, talvez estivessem sendo lavadas... eu fazia ela tirar na hora,podia estar na varanda de casa, mas não tinha perdão, era bravinha mesmo!

O que foi feito dos lindos vestidos que mandava costurar, um por semana, dos meus vestidos de baile, da minha coleção de batons e principalmente, o que senti mais, aonde estão meus livros? A coleção M. Delly, coleção das moças, meus romances que eu amava, mas que ficaram na casa da Santa Clara. Um dia perguntei à mamãe... Os vestidos acho que ficaram para as ajudantes, mas os livros, quando alguém chegava querendo algum emprestado mamãe dizia que era para subir no terceiro andar e pegar na estante, só que não devolveram.

Luciana começou a andar muito cedo, tinha nove meses e já andava pela casa toda, foi assim também com a filha dela.

As crianças estavam crescendo e com mais duas meninas em casa, tinha que costurar para todo mundo, inclusive para mim. Arlethe quando não queria mais as roupas mandava algumas, era ótimo! Vestia coisas finas outra vez.

Quando levava as crianças ao médic,o era sempre no serviço médico do Banco, na rua São Bento. Era uma novela! Além de não conhecer SP muito bem, pegava o ônibus e ia levando cada filho, segurando em de cada lado.

Conheci umas enfermeiras que gostaram das minhas roupas,começaram a levar tecidos para elas, ganhava pouco mas era sempre um extra.

Quando mudamos de Colatina, o melhor móvel que tinhamos ficou lá, não cabia no caminhão, quando saímos de Cambuquira vendemos os móveis da copa. Fomos às Lojas Pirani e passamos duas tardes escolhendo coisas que precisávamos e com isto abrimos um crediário. Compramos dois sofás-cama para a sala, eram brancos e ninguém notava que tinha mais utilidade do que sentar. Um abajour de ferro com uma bola grande branca que iluminava suave, uma mesa para a copa(não tínhamos sala de jantar), era redonda, com o tampo de fórmica amarelo clarinho, as cadeiras eram estofadas. Aproveitamos e compramos camas para as crianças, que eram dois e dormiam no mesmo quarto, e os móveis de aço para uma parede da cozinha. Foi uma ótima compra, aproveitei o crediário e comprei uma roupa chique para cada um.

Eu e Anna tínhamos nosso quintal separado por um muro de dois metros de altura, aquilo não nos impedia de conversar. Quando os maridos saíam e as crianças íam para o colégio, cada uma subia em um banquinho e ali ficávamos conversando, mas nem por isso o serviço atrasava. Moramos sete anos e sempre fazíammos a mesma coisa todo dia, nunca nos aborrecemos uma com a outr,a apesar dos filhos estarem sempre bricando juntos.

Raulzinho precisava operar a adenóide, estava tudo marcado e Raul dizia que eu não iria até a Beneficiência onde seria a operação.

2 comentários:

  1. Essa coisa de operar adenoide...hummmmmm...eu lembro de qdo fui operar amigdala...criei o maior banzé no hospital,sai correndo pq tinha injeção...foi um ó viu.....lembro de vc no muro com tia Ana mãe e de um buraco no muro que a gente usava pra ir e vir da casa de tia Ana,nós e os primos.Lembro tbm de qdo engoli uma tampinha de lança perfume e tia ana me deu agua de sal pra beber e eu fiz gargarejo por mais de 15 minutos....sabia lá que era pra beber????Eita tempo lascado de bom!!!!

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  2. Mãe, então ja sei a quem Luciana Puxou - BRAVINHA - só que além de bravinha mamãe era desperdiçadinha- jogava os vestidos no chão e não usava mais, dava tudo pras empregadas ( que deviam amá-la com qualquer gênio....!), Eu amo meu pai... mas essa de pêsames.. não to muito decidida ainda...!!!kkkkk

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