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domingo, 23 de janeiro de 2011

Noivado

Um dia, Raul me perguntou quanto tempo eu esperaria para casar com ele, disse que uns quatro anos, ele achou muito! Fiquei apavorada, quase acabei o namoro, não pensava em casar, só queria namorar. A mãe dele e a irmã nunca foram muito com a minha cara mas tinham que me engolir (e eu a elas).

Em outubro de cinquenta e tres ficamos noivos, eu tinha ido ao Rio com Arlethe e comprei várias roupas, inclusive a que usei no noivado. Era um vestido de popeline amarelo dourado com uma estola era lindo mesmo.

Um dia a mãe de Raul telefonou que estava indo lá em casa com as irmãs dela. Eu fiquei apavorada pois mamãe estava viajando e eu não sabia o que servir. Lembrei que havia dado naqueles dias uma máquina de fazer weifel e lendo a receita consegui fazer vários e servi com geléias e mel, elas adoraram e eu me safei dessa.

Eu e Raul namorávamos sentados na mesa da sala de jantar. Papai ficava na sala de estar ouvindo música e mamãe fazendo crochê e nos vijiando. Eu falava: "eu não importo se a sra. ficar nos olhando o tempo todo, mas ouvir conversa de namorado é muito chato". Mas não adiantava , aproveitávamos um pouquinho quando ela ia fazer um cafézinho. Às dez horas papai começava a fechar as janelas, era o sinal para Raul ir embora, não podia levar o namorado ou noivo na varanda. A despedida era sempre com papai olhando.

Mamãe começou a providenciar o meu enxoval. Foi lindo, o que havia de melhor. Nossos móveis de quarto foram comprados de Dr. Benjamim, irmão de Américo, são de jacarandá e estou com eles até hoje.

Faltavam dois meses para o casamento, eu e mamãe fomos ao Rio para comprar e encomendar as coisas que faltavam para o casamento. Deixamos o solidéu, o buquê - meu e da dama de honra, os pavês que seriam do tamanho de uma empada para servir na festa tudo encomendado. O nylon estava chegando no Brasil, dei sorte, conseguimos comprar camisolas lindas de nylon plissado com o quimono combinando (destas Raul gostou!). Ganhei de noivado um par de brincos de ouro, era uma concha com uma pérola dentro, gostei muito e tenho até hoje.

De casamento, dei um relógio Cyma e ganhei um anel em forma de flor com um brilhante no centro. Tinha cabelo comprido, abaixo do ombro,faltando uma semana para o casamento mandei cortar pois sabia que o modelo da cabeça do vestido de noiva tinha que ser assim. Tirei uma fotos antes, cortei o cabelo e tirei outra depois tudo no Paes um fotografo muito bom que tinha o estudio perto do parque moscoso.

Quando casei ninguem ia à cabelereiro arrumar o cabelo, só cortávamos. Foi assim no dia do casamento. Meu casamento estava marcado para às seis e trinta, chovia demais, Raul chegou na Igreja e telefonou para eu esperar ele ligar pois todos os casamentos estavam atrasados. Entrei na Catedral achando que estava sonhando e que não era meu casamento, estava me achando a pessoa mais calma do mundo, mas minhas amigas disseram que parecia que o buquê ia cair da minha mão.

Minha dama foi minha melhor amiga Julieta, ela estava linda e feliz como eu. Os presentes foram tantos que não sabiamos aonde colocar, Jarras de cristal ganhei umas quarenta cada uma mais linda que a outra, jogos de taças para sorvete de prata ganhei uns quatro conjuntos, abajour uns oito e por ai vai , jogos de chá e de café, tudo muito lindo.

De mamãe ganhei a máquina de costura e o aparelho de cristal.Da mãe de Raul ganhei um livro de receitas de Helena Sangirardi, ela disse que tinha medo de Raul passar fome pois eu não sabia cozinhar, foi a minha salvação até arroz ; café tudo aprendi com aquele livro tenho ele até hoje. Esqueci de contar que Raul ficou aqueles meses ausentes quando nos conhecemos não foi porque detestou meu nome foi passar uns meses em São pualo onde mandou fazer ternos novos, só
quando voltou e começamos adansar que falei meu nome de verdade. Depois do casamento a festa foi la em casa era tanta gente que mamãe esqueceu de servir seis perus assados e os pavês ficaram esquecidos na geladeira. Odete estava esperando sua segunda filha Rosangela, Regina Dalva estava com um ano e seis meses. Iamos viajar no mesmo dia para o Rio telefonaram do aeroporto não teria voo aquela noite por causa da chuva,´papai falou que Raul ia dormir na casa dele e eu la em casa , comecei a chorar e D. Rosa achou muito feio eu estar chorando por causa disso, falei que esperei dezenove anos e não queria a primeira noite de casada sozinha. às duas da madrugada saimos de Vitoria, o tempo melhorou Americo foi nos levar aaeroporto. Chegando ao Rio fomos para o hotel que estava reservado mas tinhamos esquecido de levar a certidão de casamento mas como quando solteira papai se hospedava la e eu tambem eles abriram uma ecessão . Depois conto o resto.

4 comentários:

  1. Que lindo mamis.....só assim mesmo pra saber como tudo começou...nossa vc está se revelando viu!!!Vai chegar minha hora???Tá longe ainda?????

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  2. tá na hora de Raul afogar o ganso
    kkkkkkkkkkkkkkkkk

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  3. Tia, eu lembro, de você vestida de noiva, e Julieta.Acho que o vestido dela era lilás.Realmente, o casa mento foi lindo! Estou velha mesmo! Tia, que bom ler este Blog!!!Adoro!Coitado do Tio Raul, mas agora esta ainda tirando a diferença, não! Beijos, Denise!

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  4. KKK assanhadinha desde novinha... olha só!!!! E Vó Rosinha achando ruim.... eu também teria quebrado o barraco no seu lugar! E o livro, muito bom né mãe, a gente aprendeu a cozinhar nele também!Mas não perdoo vocÊ cortar o cabelo... no meu casao não tinha jeito mas no seu... aff!!! Lindo tudo mãe!

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