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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Raulzinho está chegando e Luciana também

No dia que Raulzinho nasceu eu ia com Raul à Baunilha para ele fazer uma vistoria lá, mas como ele ia voltar antes do almoço, achou melhor eu ficar. À noite, ele chamou meu médico pera ver se tudo estava bem e quando Dr. Raul disse que eu devia ir para a maternidade, achei que ele estava enganado, mas ñão estava. Às tres e meia ele chegou. Enquanto Madrinha e Raul estavam vendo a enfermeira medir e pesar, eu lá na sala de parto, só ouvia Dr. Raul guibert perguntar se eu estava bem e virar a maca quase de ponta cabeça! Quando Raul voltou, o médico disse que eu havia tido uma hemorragia...e eu achando que tudo o que ele estava fazendo era o normal é isso que dá ser marinheiro de primeira viagem. Depois ficou tudo bem.

Mamãe e papai chegaram de Vitória e o batizado foi no hospital, me disseram que era bom batizar logo. Fui para casa, no quintal 37 frangos me esperavam para virar canja.

Quando eu viajava com Raul e ele ia fazer vistorias mais dias, eu ficava na casa de uma tia que morava em São domingos. Um dia, fiquei na casa de um fazendeiro e como não tinha banheiro dentro me deram um penico. Lá pelas tantas, Raulzinho precisou fazer o número dois e fez no penico. Quando perguntei a dona da casa onde poderia lavar o dito cujo, ela ficou brava por eu não ter colocado água antes de usaro penico... fiquei sem graça, mas como foi a primeira vez, não tive como adivinhar.

Raul ganhava muita fruta, aipim e tudo que é da roça. Enquanto ele corria a propiedade, eles colocavam as coisas no carro. Era bom! Quem gostava mais eram os vizinhos, pois tinha que distribuir.

À noite, para Raulzinho dormir era um custo. Alguém tinha que andar de um lado para o outro com ele no colo, sacudindo e cantando até ele pegar no sono. Quando tive os outros filhos fiquei mais esperta e acostumei logo a dormirem sozinhos.

Quando ele fez um ano viemos comemorar em Vitória, na casa de mamãe. Foi tudo muito bom, Raul voltou à colatina enquanto eu ficava mais uns dias na casa de mamãe, não voltei mais para minha casa.

Raul foi fazer uma vistoria, encontrou irregularidades e comunicou ao banco. Só que o mutuário teve acesso ao relatorio e queria matar meu marido. O banco transferiu ele para Minas Gerais e quem foi arrumar minha mudança, como sempre a que quebrava todos meus galhos, Madrinha. Em final de novembro fomos de mudança para um lugar desconhecido, com um filho de um ano e ainda por cima grávida de três meses.

A mudança foi na frente em um caminhão, tudo embalado com estopa, não tinha transporte em caminhões baú como agora. Saímos cedo daqui, a estrada era de barro e nós em um jeep, comiamos poeira direto. Quando chegamos no morro do Coco, Raulzinho saiu correndo e cortou o queixo. Depois paramos em Campos para almoçar. Não lembro aonde paramos para dormir, acho que em Macaé. Seguimos viagem até Rezende, onde fiquei onze dias na casa do irmão de Raul, com um filho e uma empregada que levara daqui de Vitória. Raul foi adiantar o serviço e conhecer a casa que ele havia pedido a um colega para alugar. Voltou desanimado, achando que eu não ia gostar nem do lugar e nem da casa.

Quando cheguei em Tres Corações, que tem uma escola militar, só via soldados pelas ruas, achei muito ruim. A casa, nem se fala, tinha dois quartos pequenos, uma salinha, um banheiro e uma cozinha com um fogão de barro no canto da cozinha. Raul não deixou eu desembalar quase nada, só mesmo o escencial, pois disse que ia dar um jeito de não ficarmos naquela cidade. Minha sogra que ja morara em Minas disse que o povo era muito hospitaleiro que eu ia adorar.

Nenhum bar vendia água, não tinha comprado filtro ainda e pedi a minha ajudante que fosse com uma jarra pedir para uma vizinha dar água para Raulzinho, ninguém deu! Tive que ferver a água naquele fogão maravilhoso, esperar esfriar e jogar de uma jarra para outra para oxigenar bem.

Estávamos procurando casa em Cambuquira, uma estação de águas que ficava bem perto e que não atrapalharia o serviço no banco. Enquanto isso, o Natal se aproximava. Eu sozinha numa terra estranha, sem conhecer ninguém e tendo que mostrar a Raul que estava tudo ótimo. Sai, comprei um presépio, com as estopas fiz uma gruta no canto da sala, comprei os presentes de Raulzinho e para raul comprei todos os livros de Arsene Lupin que encontrei, nós gostavamos deste autor e encontrei uns dezenove. Passamos o Natal sozinhos, mas ele gostou tanto dos improvisos que arrumei que valeu.

Mudamos em janeiro para Cambuquira. Eu cada vez mais grávida arrumei as coisas na nova casa do melhor modo possível. A casa era uma graça, ficava no alto, tinha duas varandas, dois quartos com papel de parede, uma copa, um banheiro muito bonito e uma sala grande. O sr. que nos alugou tinha construido para o filho que ia casar mas o filho mudou para o Rio. Foi a nossa sorte! Tinha um gramado ao redor da casa todo rodeado de ginestra, uma planta amarela muito linda, atráz tinha um quintal grande onde Raul fez uma horta e passava horas se distraindo.

Como era Estação de águas, a cidade parecia uma festa, íamos ao parque das águas todos os dias e só bebíamos água mineral tirada na hora. Sempre que podiamos iamos ao cinema á tarde. Raulzinho era muito levado e sempre conseguia fugir para ir no parque buscar água. Era um perigo, quando víamos ele já estava longe.

Morar em estação de águas tem um perigo, todo mundo ia nos visitar e ás vezes passavam muitos e muitos dias. Um dia D. Rosinha mãe de Raul foi lá para casa, á tarde Raul ia jogar futebol no campinho e fomos assistir. começou uma discussão entre Raul e um carioca invocado. Eu, grávida de sete meses com Raulzinho para olhar e detestando brigas. Peguei o meu filho, chamei uma charrete, que era o meio de transporte dali, e fui para a casa. D.Rosa entrou no campo no meio da briga para defender o filho dela que parou até de brigar. Quando chegaram em casa as críticas começaram por eu não ter ido defender Raul... eu queria que alguém me protegesse e não entrar em uma briga. No dia seguinte, a briga continuou e Raul chegou com o tornozelo inchado por ter acertado o cara. Eu nem olhei para o pé dele, achei aquilo rídiculo!

Mamãe chegou para me ajudar quando Luciana nasceu. Quando Raul chegava, ela ficava no quarto com Raulzinho, pois sabia que ele queria conversar comigo e ela achava que atrapalhava.

Luciana chegou no dia sete de maio, três dias antes do dia das mães. Sai do hospital e no dia seguinte ganhei tanto presente lindo que Raul tinha comprado, fiquei toda contente! Raulzinho tinha pouco cabelo, mas ela tinha um cabelo preto e muito. Raul comprou um casaco lindo para mamãe era debruado com couro, ela gostou muito.

3 comentários:

  1. Bom, tia agora para mim são muitas as novidades! Que presente! Estouadorando cadavez mais! Beijos, Denise

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  2. Ahhhhhhhhhhhhh,agora eu já estou no mundo e lindinha demais...cabelinho preto!!!!E ainda fiz meu pai dar um monte de presentes pra minha mãe.............kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkeu já incomodava naquela época!!!!!!!!bjs mãe,show demais!!!

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkk! Além de me divertir lendo o blog, rio mais ainda com esses comentários. ai ai. Tia Lu é mesmo uma comédia.

    TE AMO Vó!

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